Desde 1985 o Brasil voltou a sonhar com a democracia, a implantação e a manutenção do estado democrático de direito. Foram anos de chumbo, aqueles iniciados com o golpe militar em 1° de abril de 1964, ou em 31 de março de 1964, como querem outros, ciclo em que o país mergulhou em período obscuro, um processo ditatorial sem precedentes.
Passados 40 anos da retomada do poder pela sociedade civil, o fantasma da ditadura militar voltou à baila através de um gruopo de brasileiros nem sempre lincados com ideais democráticos, civilizatórios e humanitários, em sua maioria pessoas de pouca informação, que se manifestaram no período de 2019 a 2022, durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A mais forte expressão dos seguidores do ex-presidente, defensor do regime militar, se conheceu no dia 8 de janeiro de 2023, quando, além de levarem adiante a manifestação em favor do regime de exceção, eles invadiram as sedes dos três poderes, em atos emblemáticos de grupos que perderam o rumo da história e que ensejavam a volta do regime militar, mesmo diante de toda a informação que se tem sobre aquele período.
Em 21 anos do regime desejado por brasileiros desinformados, as violações de direitos deram o tom de um sistema que nenhuma nação merece vivenciar.
O problema da revolução de 1964 é que ela ainda produz eleitos na atualidade. Alguns dos efeitos estão na visão e na perspectiva histórica de muitos brasileiros. Observe-se que lamentavelmente há operadores do direito, alguns deles em cargos de grande relevância no país, que se manifestam a favor do golpe e dos militares no poder.
Um dos efeitos de 64 é a desinformação. A manutenção da população na obscuridade e na ignorância são os elementos que abrem caminhos para os fardados e descompromissados com os valores democráticos. Tão grave como se desejar um regime militar no país é não reconhecer que sem ele o país avançou em todos os campos, especialmente em qualidade de vida e em performance entre as nações.
O dia 31 de março é uma data que os brasileiros não devem esquecer. É preciso lembrar os que sofreram males psicológicos e que os transmitiram involuntariamente às gerações seguintes, a todos os seus familiares indefesos. É preciso lembrar os torturados, assassinados, censurados, perseguidos e desaparecidos, para que não se repitam mais os “pau-de-arara” e os “sumiços”, que envergonharam o país na década de 1960 e que alguns ainda desejam repeti-los, haja vista o que preconizavam os manifestantes de 8 de janeiro de 2023.
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