Convencido de que era possível impor um pacote de paz à Ucrânia invadida sem discutir os termos com o governo e com o povo ucraniano, o presidente Donald Trump atraiu o presidente Volodymyr Zelensky para uma cilada na Casa Branca. Ali, diante das redes de TV norte-americanas, Trump pretendia que o presidente ucraniano assinasse um acordo pelo qual a Ucrânia doava as terras raras do país aos EUA, em troca do apoio e dos investimentos que Tio Sam já fez desde o início da guerra que completou 3 anos na semana passada e que agora teria feito a gentileza de combinar com a Rússia de Vladimyr Putin um cessar-fogo ou o fim do conflito. Diante dos telespectadores norte-americanos o presidente Zelensky rejeitou toda a agressividade e deselegância de Trump e do seu vice, e simplesmente não assinou o tal acordo que doava as terras raras em troca de uma paz cujos termos somente Trump e o russo Vladimir Putin conhecem. O público que assistia aos diálogos ao vivo pela TV e redes sociais, tinha a forte impressão de que a qualquer instante Donald Trump e seu vice JD Vance iriam agredir fisicamente o presidente ucraniano, que não se intimidou.
O resultado foi a saída rápida do presidente da Ucrânia da Casa Branca, sem sequer conceder entrevista à imprensa. Imediatamente a Europa reagiu. Ao menos quatro países, entre eles a França, reafirmaram o apoio à Ucrânia. Durante a conversa ao vivo dos dois presidentes, houve ameaças explícita de Trump, que chegou a afirmar que Zelensky estava “jogando com a Terceira Guerra Mundial”, numa forma de pressionar o ucraniano a aceitar seus termos. Mas o que ficou clara foi a imagem de um EUA e de um presidente Trump que o mundo não conhecia e que passa a estudar as diversas possibilidades de defesa contra ambos.
Quem acompanha o problema da guerra na Europa e vê o oportunismo de Donald Trump, que se coloca como promotor da paz e parceiro da Rússia, pensa que realmente o presidente norte-americano enseja, de coração, a paz entre os dois países. Na prática, ao que parece, o que ele enseja e provavelmente vai conseguir, é chegar ao seio do BRICS, onde a Rússia é uma das letras. Tendo inaugurado um diálogo com Vladimir Putin, o presidente Trump certamente vai tentar levar à Casa Branca os representantes do novo grupo econômico para um show de pressões ao vivo, perante a imprensa e a opinião pública norte-americana, velhas conhecidas suas.
Complexo de vira-latas e intenção de matar
A notícia do sumiço do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), que teria “fugido” para os EUA, não surpreende a ninguém. Se fosse possível ele trocava o exercício do mandato de deputado federal brasileiro pelo green card norte-americano, tal é a devoção pelo país de Trump. Alguns deputados federais brasileiros torcem efusivamente para que os EUA tomem medidas contra o Brasil, a partir do episódio da sentença judicial emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, em desfavor de uma empresa do controle do presidente dos EUA, situação envolvendo o procurado blogueiro Allan dos Santos, foragido da justiça brasileira e agora protegido pelas leis norte-americanas. Chegamos a momentos preocupantes: tem parlamentar brasileiro pedindo que os EUA invadam militarmente o Brasil. Trata-se de caso típico de complexo de vira-latas influenciando os corações e mentes de deputados e simpatizantes que não aceitaram a vitória de Lula em 2022.
Desde a campanha de Trump à presidência, os deputados ligados ao PL e outros partidos que se auto-proclamam “de direita”, fazem tietagem com Donald Trump, abrindo mãos de nacionalidade e de interesses do Brasil, pensando agora que podem impedir o julgamento do ex-presidente Bolsonaro pelos atos antidemocráticos que culminaram no 8 de janeiro de 2023, os quais tencionavam, além de tomar o governo por um golpe militar, matar Lula, Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
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