O presidente norte-americano, Donald Trump decidiu aumentar substancialmente as tarifas sobre importações de aço e alumínio nesta segunda-feira (10/02), cancelando isenções e cotas isentas de impostos para os principais fornecedores, Canadá, Brasil, México e outros, medida que pode aumentar o risco de uma guerra comercial de várias frentes.
A medida do presidente norte-americano era esperada, porque sinalizada anteriormente dentro de um pacote de medidas que atinge à maioria dos fornecedores dos Estados Unidos. O que ainda não foi cogitado pela imprensa internacional, é uma pergunta que não quer calar: por que os EUA estão tomando tais medidas contra seus parceiros centenários? O que motiva Tio Sam?
Esta sim seria uma resposta de 1 milhão de dólares. É preciso, antes de tudo, estabelecer qual o retorno que as medidas vão obter em favor dos EUA, pelo menos o retorno pretendido pelo presidente Trump e seus assessores. Inicialmente não se vislumbra benefício direto, tendo em vista que para cada taxação haverá uma espécie de retaliação, o que fatalmente elevará os preços de vários produtos, consequentemente provocando inflação nos Estados Unidos, algo que os norte-americanos abominam.
EFEITOS NO BRASIL
Passadas algumas horas da imposição norte-americana, já é possível alguma projeção em relação a impactos e prejuízos ao Brasil, provocados pelas taxações de 25% sobre as importações de aço e alumínio. Certamente a medida impacta a produção desses setores no Brasil, avaliaram especialistas em comércio exterior consultados pela Agência Brasil.
O país norte-americano é o maior comprador do aço brasileiro. Segundo dados do Instituto Aço Brasil, em 2022, os EUA compraram 49% do total do aço exportado pelo país. Em 2024, apenas o Canadá superou o Brasil na venda de aço aos Estados Unidos.
No caso do alumínio, a dependência dos EUA é menor. O país foi o destino de 15% das exportações de alumínio do Brasil em 2023. O principal comprador do alumínio brasileiro é o Canadá, que absorveu 28% das exportações desse produto naquele ano. Os dados são da Associação Brasileira do Alumínio (Abal).
O professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Luiz Carlos Delorme Prado afirmou que a possível taxação deve ter impacto nos setores atingidos, mas não deve causar maiores problemas para o conjunto da economia.
“Embora a taxação seja muito importante para essas indústrias, para o conjunto da economia brasileira o impacto não é tão grande assim. O Brasil vai ter que redirecionar essas exportações, ou então, o que eu acho mais importante, tentar aumentar o consumo doméstico de aço. O Brasil tem alternativas. É diferente do México e do Canadá, que são muito mais dependentes do mercado americano”, explicou Prado.
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