Sexta, 07 de Fevereiro de 2025
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O recibo de Donald Trump

O que há por trás, em cima, embaixo e no meio das ameaças do novo presidente dos Estados Unidos, segundo a imprensa internacional

02/02/2025 às 11h56 Atualizada em 02/02/2025 às 12h23
Por: LOURIVAL JACOME Fonte: Folhapop
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Trum passa recibo da situação norte-americana
Trum passa recibo da situação norte-americana

Fundado no acordo de Bretton Woods, celebrado em 1944, em plena Segunda Guerra, que definiu regras para o sistema econômico internacional, os Estados Unidos da América passaram a monitorar todo o comércio mundial através da principal moeda de troca entre os países, que é o dólar, posteriormente aliado ao sistema swift. O problema é que Tio Sam traiu a confiança dos países, passando a utilizar a ambos, o acordo e todo o sistema, apenas em seu favor, em favor da sua economia, de seus empresários, dos seus negócios, dos seus produtos, dos seus interesses naturais, ao tempo em que oficializou sanções diversas a países que não concordam com suas diversas políticas.

Há casos em que as sanções norte-americanas, que afetam o comércio e até a compra de alimentos por parte de um país, chegam a 60 anos. Imagine que há 60 anos um pequeno país como Cuba é proibido de comercializar, sendo privado de todos os avanços e recursos civilizatórios, em razão de discordância dos EUA com o sistema político daquele país, que adota sistema socialista. Mas foi isso que ficou estabelecido em Bretton Woods? Claro que não.

Agora, quando mais de 100 países tomaram consciência dos abusos de Tio Sam, o grande país norte-americano sente a pressão. O presidente Trump sabe que quando estiver em vigor o novo sistema de pagamentos internacional, concorrente do swift, haverá mais justiça e menos protecionismo com a nova opção oferecendo possibilidades melhores a todos, a despeito dos benefícios que o dólar ofereceu nos últimos 50 anos a alguns aliados seus. Diga-se de passagem, foram benefícios que tiveram um custo altíssimo para o resto do mundo.

A sanha de Donald Trump por taxações e sanções diversas contra alguns países, portanto, não pode ser interpretada apenas como um simples ajuste econômico. Trata-se do recibo passado pelos EUA de que a perspectiva econômica do país tem tendência diferenciada daquela dos últimos 60 anos. Conforme economistas e cientistas políticos de credibilidade dos EUA e da Europa, quando impõe sanções a México Canadá e China, da forma como são anunciadas, Tio Sam diz ao mundo que o fim do seu império está em andamento, não importando as milhares de bases militares que possui em todos os cantos do planeta, tampouco o tamanho das sanções que impõe através do swift ou por outras instituições civis e militares.

O que não se entendeu ainda é a importância dos imigrantes na derrocada norte-americana, tendo em vista a intenção de Trump de expulsar os estrangeiros do país, este grupo que é um dos responsáveis pela sustentabilidade da economia doméstica de Tio Sam. Qual seria a ameaça dos imigrantes? Por que Trump quer os estrangeiros fora dos EUA? São respostas que não virão tão cedo.

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