Sábado, 25 de Janeiro de 2025
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Porque eles perdem o entusiasmo?

Prefeitos e vereadores eleitos não dão sinais de que vão iniciar trabalhando para melhorar os municípios.

31/12/2024 às 18h31 Atualizada em 31/12/2024 às 19h45
Por: LOURIVAL JACOME Fonte: Folhapop
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De mãos dadas com Robério, o grupo de vereadores estaria “fechado” para eleger Valdiran Marques para a presidência da Câmara. (Clique para ampliar)
De mãos dadas com Robério, o grupo de vereadores estaria “fechado” para eleger Valdiran Marques para a presidência da Câmara. (Clique para ampliar)

A posse dos eleitos implica no fim do processo eleitoral e início do lance administrativo. Passam os eleitos, especialmente os oito prefeitos das cidades da Costa do Descobrimento, a gerenciar uma série de demandas desafiadoras, que não se restringe apenas às áreas da saúde e da educação, nas quais os altos e baixos são fatos normais. Como atrair investimentos, como gerar emprego e renda, como modernizar as cidades, como acompanhar os avanços tecnológicos, como melhorar o perfil da cidadania? Entretanto, o que preocupa neste momento de posses é que não se percebe da parte dos vitoriosos o ímpeto, o sinal, a vontade tácita, a intenção, o entusiasmo, para encaminhar os desafios das cidades. Se evidencia muito mais as suas pendengas pessoais, deixando em segundo plano as ações políticas em favor dos objetos da campanha eleitoral, quais sejam, as propostas que convenceram o eleitorado a votar em cada um deles. Por que os eleitos perdem o entusiasmo? Por que o entusiasmo só aparece na foto? Neste ponto vem à lembrança do articulista aquela máxima do "tesão não se acaba, mas muda de lugar". Será?

Com efeito, no vácuo entre a vitória e a posse alguns dos eleitos sinalizaram comportamentos que assustam, em termos de ajuste de visão política e perda de entusiasmo, deixando vazar mudanças gritantes. De tal forma, não se assuste se os prefeitos tidos bolsonaristas escolherem um secretariado petista ou de centro esquerda. Tampouco devemos ficar surpresos se os prefeitos ligados ao governo do estado escolherem um secretariado cheios de bolsominions. Afinal, tem prefeito ensaiando atos de morte política, sinalizando que vai acender uma vela pra Deus e outra para o Demo. 

É essa a leitura que prevalece diante de suspeitas robustas, advindas do silêncio de alguns dos novos gestores, as quais indicam cores estranhas nos perfis dos futuros secretários municipais.  O que vamos discutir nas primeiras semanas das novas gestões, portanto, é se os prefeitos e vereadores estarão firmes, atuando em grupo para executarem suas propostas em favor do crescimento dos municípios, ou se estão preparando algum salto para outros quintais sem a anuência dos  cidadãos que os elegeram. Claro que ele tem todo o direito e livre arbítrio para isto. Mas precisa comunicar ao povo.

Tudo isto aqui é coisa de interesse público. É preciso abordar essas perspectivas para que não se diga no futuro que as cidades não tinham história, nem bússolas, nem referências políticas, nem massa crítica capaz de solucionar operações simples como 2+2=4.

Muito embora alguns dos eleitos se sintam tão fortalecidos a ponto de nem precisarem de votos de sucesso, é sempre bom deixar registrada a nossa torcida pelo êxito de todas as gestões que agora se iniciam na Costa do Descobrimento, sob olhos atentos e experientes do povo, que enxerga através dos meios de comunicação o que se passa nas cidades da região, especialmente em Porto Seguro e Eunápolis. Afinal, se a região cresce, a sociedade, a imprensa e os leitores se favorecem.

 

Valdirex é competente

Articulações políticas dão conta da possibilidade de eleição do vereador Valdiran Marques (PSD) para a presidência do Leglslativo de Eunápolis para o biênio 2025/2026. Valdirex de preto, está feliz na foto lá de cima. Uma fonte do grupo do PSD garante que ele tem no mínio 11 votos dos seus pares e que teria algum apoio moral do quádruplo prefeito Robério Oliveira. Isto não é pouca coisa não. Não se sabe, a essa altura, se isso é bom ou se é ruim. Mas uma Câmara Municipal coesa e independente, que seja parceira do Executivo sem precisar se subalternizar, tem seu valor. Observe-se que Valdiran Marques é um quadro tecnicamente competente com faro político certeiro.

 

Emendas brecadas

A virada de ano em Brasília deixa no ar que Congresso e Executivo irão às vias de fato a qualquer momento por conta do pagamento das Emendas de Comissão, a irmã desnaturada das Emendas Parlamentares, uma espécie de prêmio honorífico que cada deputado federal e cada senador recebem apenas por execrem o mandato. São mais ou menos R$ 50 milhões por ano, que cada senador e deputado federal têm direito de “encaminhar” todo ano. Mas, perto do final do ano os partidos PSOL e NOVO denunciaram o pagamento irregular de um grupo de emendas no valor de R$ 4,2 bilhões em caráter de urgência e pediram providências ao STF para checar a situação. Constatou-se mais uma vez um trambique dos deputados e senadores. As tais emendas não tinham transparência nem rastreabilidade e por essa razão teve o pagamento impedido por decisão do STF, com o ministro Flávio Dino explicando as razões, tintin-por-tintin da brecada do pagamento, o que deixou os meios políticos em pé de guerra, prometendo novos rounds do embate para os primeiros dias do ano, ainda no plantão judicial do mesmo Flávio Dino.

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