Apontado pela Polícia Federal como um dos responsáveis pela tentativa de golpe de Estado e de ter aprovado a trama para matar o presidente Lula, o vice Geraldo Alkmin e o ministro Alexandre de Moraes (STF), o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente de Bolsonaro na chapa de 2022, foi preso na manhã deste sábado (14/12), em sua residência, em Copacabana, no Rio de Janeiro.
Braga Netto foi indiciado no mês passado junto ao ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 35 pessoas, por supostamente participar da trama que teria o objetivo de manter o ex-presidente no poder.
A prisão do general pode alterar o ambiente político no país, tendo em vista que a expectativa é que depois desta prisão o ex-presidente Jair Bolsonaro pode ser também preso sob as mesmas acusações. A repercussão da prisão de Braga Neto, que fica custodiado no Comando Militar do Leste, no RJ, deve acontecer a partir da próxima segunda-feira (16/12).
Conforme o site G1, entre as implicações elencadas pela PF, está a aprovação do plano para assassinar os então presidente e vice-presidente eleitos Lula e Geraldo Alckmin, e o ministro do STF Alexandre de Moraes, plano elaborado pelo general da reserva Mario Fernandes — que está preso desde novembro passado e que foi apresentado a Braga Netto, em reunião na casa do ex-ministro de Bolsonaro em novembro de 2022.
Naquele momento, Lula e Alckmin já tinham sido eleitos, mas ainda não tinham tomado posse na presidência da República. Moraes era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Braga Netto teria aprovado o plano, em novembro de 2022, três dias antes da data escolhida para os assassinatos de Lula, Alkmin e Moraes.
A Polícia Federal diz que "a reunião contou com o tenente-coronel MAURO CESAR CID, o Major RAFAEL DE OLIVEIRA e o Tenente-Coronel FERREIRA LIMA, oportunidade em que o planejamento foi apresentado e aprovado pelo General BRAGA NETTO", diz a PF.
Segundo investigação da PF os golpistas, gestores dos atos antidemocráticos, previam colocar os generais Augusto Heleno, então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Braga Netto como comandantes de um gabinete de crise como resposta às mortes das autoridades.
O plano previa envenenar Lula e Moraes e, em seguida, instituir o "Gabinete Institucional de Gestão da Crise". Havia, inclusive, uma minuta pronta para a sua criação, documento encontrado com o general Mário Fernandes em 19 de novembro.
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