Na manhã desta terça-feira (19/11) a Polícia Federal deflagrou uma operação que revelou uma estratégia golpista para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alkmin e o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Quatro militares do Exército foram presos por envolvimento na trama golpista e homicida. Também foi preso um agente da Polícia Federal.
Lula seria morto por envenenamento e Alexandre de Moraes seria vítima de uma explosão. Os planos foram traçados para serem executados no fim de 2022, logo após Lula ter saído vitorioso da eleição que disputou contra o então presidente Jair Bolsonaro. Depois da posse de Lula, em 8 de janeiro de 2023, houve o ataque às sedes dos Três Poderes, quando mais de 5 mil bolsonaristas detonaram as instalações.
A trama para assassinar Lula começou logo após o resultado das eleições de 2022, quando o então presidente Jair Bolsonaro (PL) foi derrotado por Lula (PT). Manifestantes começaram a acampar em frente a quarteis do Exército pelo país, incluindo quartel-general da Força em Brasília.
Um dos planejadores da trama é o general Mário Fernandes, que foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, investigado de perto pela PF. Ele teria planejado todo o golpe com apoio da alta cúpula do bolsonarismo que se recusava a deixar o governo no final de 2022.
Para a PF, após as investigações, "trata-se, a rigor, de um verdadeiro planejamento com características terroristas, no qual constam descritos todos os dados necessários para a execução de uma operação de alto risco. O plano dispõe de riqueza de detalhes, com indicações acerca do que seria necessário para a sua execução, e, até mesmo, descrevendo a possibilidade da ocorrência de diversas mortes, inclusive de eventuais militares envolvidos."
Segundo a PF, o grupo cancelou a tentativa de capturar o ministro Alexandre de Moraes porque a sessão do Supremo daquele dia terminou mais cedo do que o previsto.
O plano redigido pelo general Mario Fernandes previa, também, a instituição de um Gabinete de Crise, após o golpe de Estado, composto em sua maioria por militares, sob o comando dos generais Augusto Heleno e Braga Netto.
O gabinete baixaria decretos para respaldar as ações de militares. Segundo os investigadores, o plano previa a prisão de outros ministros do STF e de agentes públicos que cumprissem ordens judiciais do Supremo.
Ainda de acordo com a PF, não há dúvidas que os militares envolvidos no caso planejavam um golpe de Estado. O presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin não se pronunciaram. A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos suspeitos presos.
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