Sábado, 25 de Janeiro de 2025
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A segurança pública que faz falta

Nenhum setor é mais vulgarizado que a segurança pública do Brasil, resumida a matanças de infratores de norte a sul do país.

31/10/2024 às 10h19 Atualizada em 31/10/2024 às 10h59
Por: Da Redação Fonte: Folhapop
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Chacina de Vigário Geral-RJ (Agosto de 1993) Emblema do desvirtuamento da segurança pública no Brasil. (foto). Instituto Fogo Cruzado, aponta que entre 2016 e 2023, cerca de 1.117 civis foram mortos em ações das forças de segurança.
Chacina de Vigário Geral-RJ (Agosto de 1993) Emblema do desvirtuamento da segurança pública no Brasil. (foto). Instituto Fogo Cruzado, aponta que entre 2016 e 2023, cerca de 1.117 civis foram mortos em ações das forças de segurança.

Antes mesmo da reunião entre o presidente Lula e os governadores, agendada para esta quinta-feira (31/10), com a intenção de estabelecer alguns critérios para a segurança pública em termos de país, o governo deveria ouvir a população sobre o tema, para começar a formular uma política de estado para o setor.

A segurança da população é sempre um tema vulgarizado. Tão vulgarizado e relegado a equívocos que nos últimos anos fez gerar o mais absurdo dos conceitos. “Bandido bom é bandido morto” é o resumo da segurança no Brasil. Quando se assiste a uma sessão da Câmara e do Senado, onde possuem assentos um monte de policiais matadores, chega-se a conclusões nada otimista em relação ao futuro da segurança do povo.

Por tudo que já se viu e pelo cenário atual, as carências do setor não serão superadas com reuniões políticas como a prevista para hoje, das quais sempre prevalecem “negociações” envolvendo distribuição de dinheiro para os estados.

A segurança voltada para a preservação da vida antes de tudo, faz falta. A situação ideal passa necessariamente por uma proposta que tenha como foco o fim da carnificina diária promovida pelas instituições do estado, paralelamente a uma campanha poderosa de esclarecimento ou de educação da população brasileira sobre a situação. Ai o país terá alguma normalidade.

Lamentavelmente, o Brasil não possui um programa de segurança pública. Esta fica à mercê de uma cultura policial agregada aos humores das polícias e a momentos políticos do país. Cada chefe de polícia do Brasil tem a sua percepção sobre segurança da população e eles a colocam em prática em seus estados, atendendo a critérios subjetivos do governador e de seus deputados, sempre lincados na política partidária.

O resultado disso é um Deus nos acuda. Há momento em que o cidadão comum teme tanto os assaltantes quanto os policiais. Não há padrões entre as diversas polícias do país, tampouco responsabilidade com a defesa da vida. Mas sobra o ímpeto pela matança dos infratores pobres e proteção dos grandes ladrões do país.

Ora, senhores, se a solução é matar, então a sociedade não precisa de instituições policiais com estruturas fantásticas como as nossas, que se assemelham a exércitos, com hierarquias, carreiras, cargos diversos e custo absurdo pago pelo Estado brasileiro.

O que Lula pode fazer hoje, sem ter escutado a sociedade sobre o tema, é alimentar mais ainda a vulgarização do tema, prometendo mais dinheiro para os governadores gastarem ao seu bel prazer e voltarem a reclamar dentro de alguns meses. Enquanto isso, as chacinas continuam bombando em pequena ou larga escala.

 Clique para ver algumas das chacinas mais lembradas do Brasil

 

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